domingo, 1 de março de 2015

Massa de Pizza caseira, sem glúten


Desde que começamos nossa reeducação alimentar, no final de 2013, alimentos com farinha branca, queijo e oleosos estão diminuindo dia-a-dia do nosso cardápio. Isso não significa que não comemos mais essas delícias. 

Foi em um dia de fúria da alergia a lactose e uma vontade de comer pizza igualmente voraz é que eu pensei em adaptar uma receita de panqueca sem glúten da nossa amigona Fernanda Mello em uma massa caseira para pizza.  E não é que ficou boa!

Como a ideia me veio em um insight não procurei nada parecido na internet e fomos aperfeiçoando na prática. E lá se foram quatro rodadas :P
Não gosto de fazer muitas imitações, mas a massa ficou bem parecida com a de uma pizza tradicional, daquelas crocantes.

Receita original – Panqueca sem glúten da Fer
- ½ xícara de farinha de arroz
- ½ xícara de aveia
- 1 xícara de água
- 1 ovo

Misture os ingredientes em um recipiente e coloque uma concha por vez na frigideira.


Receita de massa de pizza sem glúten

- 1 xícara de aveia em flocos
- ½ xícara de farinha de arroz
- ½ xícara de polvilho azedo
- 1 ovo
- de 1 e ½ a 2 xícaras de água (dependendo de como você gosta da massa)
- ½ xícara de azeita extra virgem
- sal a gosto


Como fizemos

Colocamos todos os ingredientes em uma jarra profunda e misturamos com o mixer na função fue. Depois, levamos à uma frigideira larga. A massa é um pouco líquida nesta fase, então se você gosta da massa mais fina, rode a frigideira jogando-a para os cantos.  
Deixe dourar bem, quase queimar, antes de se aventurar a virá-la igual panqueca. Ela já começa a ficar crocante, principalmente nas pontas e fica bem quebradiça.

Colocamos em um prato para montar o recheio e assamos no forno em uma chapa de pedra sabão que é a coqueluche dos apetrechos de cozinhar aqui em casa.



Molho de tomate. Quando o assunto é molho de tomate, não somos tão puritanos. Mas é bom que seja de tomate de verdade. Então, batemos no liquidificador um tomate com sal, azeite e alho e refogamos com cebola e um pouco de água.

Recheios. Nessas quatro vezes testamos várias versões, principalmente atum e cebola. Até um bacon rolou... ;). Usamos a mozzarella de búfala para deixar mais leve. Uma boa foi a combinação de hoje: mozzarella de búfala, milho, manjericão tipo brasílico e azeitonas.


Na prática

Massa quebradiça. Se você quiser deixar ela muito fininha, que fica bem crocante, mas pode ficar meio quebradiça – exatamente pela falta do glúten. Por isso, é um pouco difícil de virar na frigideira. Não faça disso um impedimento para testar a receita, encare como um desafio... uma oportunidade de aperfeiçoar sua técnica ninja de virar massas na frigideira.

Não demore muito para levar ao forno. Se você deixar o molho muito tempo antes de assar ela fica “molhada” e pode quebrar.

Borda crocante. Foi uma boa surpresa. Estamos pensando até em fazer um petisco, tipo crostata, também sem glúten.


Você tem alguma dica para melhorar a receita? Comente aqui. Vamos adorar! 

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Homus de Salsinha

Achamos que era impossível melhorar o integrante mais gostoso do trio-de-ouro das entradas árabes. O homus, ao lado da coalhada seca e do babaganuche (uma pastinha saborosa de berinjela), é de longe o melhor e, quase que por acidente, conseguimos deixa-lo com um toque especial.

Aqui em casa, usamos o homus no pão e comemos no café da manhã. Uma alternativa saudável à manteiga, que foi colocada no hall das exceções por conta do potencial alergênico da lactose sobre meu corpo estressado.

Na semana passada, estávamos batendo nosso homus do day-by-day, quando percebi um maço de salsinha ao lado. Ele integrou a receita e deu outro sabor para a entrada.

A inspiração veio da minha irmã, Magele, que preparou um homus com cenoura, também delicioso, para o final do ano.

A receita é muito simples. A base do homus é crédito da Marília Pires, nossa querida nutricionista. No prato da foto, usamos como acompanhamento dos T-bones de Cordeiro, com sálvia.

Combinou muito bem.

PS.: As quantidades dessa receita são meio que fictícias... são um ponta pé inicial. Na prática, nós vamos colocando a olho os ingredientes, com  muita calma, e batendo no liquidificador, experimentado com a colherinha Vicente (igual na novela).

O que vai.

·        .  250g. de grão de bico (rende bastante).

·         . ½ xícara da água do cozimento do grão de bico (ou mais, para balancear a textura).

·         . 2 colheres das de sopa de tahine (paste de gergelim).

·         . “Um tanto bom” (como diz a Beth) de salsinha. Eu coloquei quase meio maço, mas tudo vai do quanto você quer de sabor).

·         . Azeite e sal

Mão na massa. Você vai começar colocando o grão de bico de molho por uma noite, pelo menos. A água vai ficar com uma espuminha. Jogue ela fora, lave o grão de bico, escorra em uma peneira e cozinhe em uma panela, cobrindo com água. Você pode usar também a panela de pressão, se quiser agilizar o processo, acho que pode ficar bom já com uns dez minutos.

Se ele for demolhado, o tempo de cozimento é razoável. Cerca de 40 minutos, mas vai experimentando para saber o ponto adequado.

Em um liquidificador ou processador, coloque – nesta ordem – um pouco da água de cozimento, ¼ do grão de bico cozido e o tahine. Bata até ficar homogêneo. Vai ficar meio líquido. Aí você coloca, devagar, o grão de bico, a salsinha e, se ficar muito espesso, mais água.

Quando formar um creme bonito, coloque o azeite e o sal. Sempre experimente o ponto depois de bater. Está pronto. É só esperar esfriar para comer.


Quem quiser experimentar com outros ingredientes, comente a experiência aqui. 

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Costelinha Soberba


Em nosso almoço de hoje, experimentamos a receita de costelinha de porco com geleia de laranja e castanha de caju da Rita Lobo.  

Foi preciso uma dose de confiança e coragem para tentar essa receita, não pela sua complexidade, mas pela mistura de ingredientes inusitada (pelo menos para a gente). É preciso muita força de vontade para fugir do óbvio de uma costelinha ao molho BBQ... Foi o que fizemos. E digo que valeu, sem pestanejar. O sabor é uma viagem. Nunca iria imaginar que geleia de laranja fosse bom fora do pão. Aquela uma hora e vinte minutos no forno baixinho também é um exercício a paciência, uma vez que não dá para “assistir” a carne que está coberta pela folha de alumínio. O resultado de confiar na receita foi a melhor costelinha que já fizemos.


Como bem disse a Thâ, o prato ficou soberbo... A carne ficou tão suculenta que, ao cortar, parecia manteiga. As costelinhas, muito bem escolhidas (elogio ao açougueiro que me ajudou a pinçar a melhor delas) desprendiam das ripinhas de osso quase que sozinhas. O aroma é incrível, apesar de não ter utilizado tanto alecrim quanto a Rita, e o sabor levemente adocicado caíram muito bem com um vinho branco. Foi acompanhado com uma salada verde e nem sobrou espaço para sobremesa.

Não é todo dia em que a gente come carne de porco, ainda mais uma costelinha. Portanto, elas foram degustadas com toda a qualidade das raridades (carpe diem, porque hoje é domingo!) De cara, tenho que elogiar a dona da receita, os tempos estão tinindo e a carne ficou no ponto.  A receita, muito bem explicada, é para cozinheiros nível beginner, com sabor nível profissional.


Adaptações

Castanha de caju x noz pecã. De cara, a primeira adaptação que fizemos foi na castanha de caju. Não por gosto, mas por disponibilidade em nossa dispensa, optamos por usar a noz pecã. Se não me engano, ela também é mais nutritiva, apesar de perder um pouco em crocância.

Mandioquinha bem-vinda. Também sentimos falta de um carboidrato para completar a receita e entrou em ação um de nossos tubérculos preferidos, a mandioquinha (também amplamente disponível na geladeira daqui de casa). De resto, seguimos à risca o passo-a-passo. Ah... não experimentamos o repolho grelhado, preferimos trocar pela salada de alface, rúcula e acelga.


Na prática

Uso do pilão. A receita pedia o uso do pilãozinho para macerar o alho, misturar a geleia e triturar a castanha. Usei o único que temos aqui em casa (presente da Beth) um de porcelana. Confesso que prefiro usar o mixer no modo triturador e o amassador de alho para “evitar a fadiga”, alguém sabe se tem alguma diferença?

Nozes queimaram um pouco: Talvez tenhamos acreditado demais que o forno deveria estar quente para selar a carne e as nozes que estavam em cima queimaram um pouco. Deixei mais cinco minutos para garantir em um fogo um pouco mais baixo. Não comprometeu a receita. No final, deixamos mais cinco minutos para dourar os legumes, sem o papel alumínio.

Pouco sal. Não somos muito chegados em sal aqui em casa eok” que a receita é agridoce, mas eu senti falta de carregar um pouco mais no sal. Utilizamos sal rosa do himalaia. Trituramos um pouco mais no prato pronto.

Maças sumiram: Quando você for fazer em casa, corte as maçãs na medida que a receita pediu (rs...). Eu cortei um pouco menor e elas meio que sumiram. Eu colocaria mais alho também para assar. O vinho foi essencial e deixou um licor intenso na carne.


Obrigado, Rita. Foi uma experiência inesquecível de domingo!





sábado, 7 de fevereiro de 2015

Dos perímetros deste espaço


“Não é o muito saber que sacia e satisfaz a alma, mas o sentir e o saborear internamente” Inácio de Loyola

Alguns pratos se passaram antes que eu criasse este blog. Depois de cada almoço preparado, cada jantar degustado, cada gole de vinho, cerveja ou café me ocorria a ideia de dividir as ricas experiências que temos vivido (eu e minha esposa Thâmara) no terreno da cozinha, entre o forno, panelas, temperos e ingredientes.
O primeiro caráter dessas experiências é a aprendizagem. Eu e ela estamos aprendendo juntos a cozinhar. Um aprendizado que se mistura com o quanto conhecemos um ao outro nestes, eu diria recentes, três anos de casamento. Antes disso, raramente sentíamos orgulho de ao colocar um prato na mesa e foi praticando que achamos nosso caminho para comer bem em casa.   
Como segundo caráter, destaco a nutrição. Faz um ano, mais ou menos, que começamos a olhar nossa alimentação como um caminho para ter mais saúde, sendo guiados pela nutricionista Marília Pires, a guardiã da nossa nutrição que não desistiu diante da imensa tarefa de diminuir o meu cafezinho e reduzir minha queijo-voracidade.
O terceiro caráter destas experiências, e o que me fez realmente colocar elas a público, é a espiritualidade que permeia tudo o que vivemos na cozinha. Espiritualidade, como aprendi com Leonardo Boff, é algo que nos une enquanto seres humanos a um plano superior, algo que está além da religião e que se pratica com amor. Cozinhar, além de um ato de servidão e amor, significa transformar. Fazer da matéria-prima a obra-prima. Para aqueles habituados com a visão simbólica das coisas, todo movimento no mundo externo se reflete em um movimento na realidade interna. Portanto, a cada preparação na cozinha, algo em mim também se transforma e alimenta a alma.
Comer é uma grande oportunidade de compartilhar a vida com quem a gente ama. Aliás, não é a toa que o amor está tão ligado com o alimentar-se, você já pensou como é que aprendemos a amar? Assim que nascemos, amor e nutrir se emaranharam na amamentação, e mobilizam, por toda nossa vida, correntes vivas das emoções mais primárias.     
O solo deste blog, pretendemos nutrir com as experiências culinárias, seja testando receitas de outras pessoas, buscando um caminho individual, seja com reflexões sobre o tema ou comentários sobre lugares que visitamos e, obviamente, comemos.
O desejo aqui é de que cada post seja um convite para quem, como a gente, não sabe cozinhar, mas tem vontade de experimentar, interna e externamente, prazeres, desafios e sabedorias que flamejam ao som daquele crepitar delicioso. Use o espaço para compartilhar também sua experiência e enriquecer nossa mesa na qual você está sempre convidado.
Sirva-se!